AS FACES DO PODER MATERIALIZADAS NO PLANEJAMENTO ORÇAMENTÁRIO DE UMA IFES

Nome: DOUGLAS RORIZ CALIMAN

Data de publicação: 04/09/2023

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ROBSON ZUCCOLOTTO Orientador

Resumo: O objetivo do estudo é explicar de que forma as faces de poder se manifestam no processo orçamentário de uma IFES e
como materializam o poder na prática. A tese do estudo estabelece que o orçamento não é apenas instrumento de
racionalidade econômica, mas também de poder, pois as instituições, através de suas intervenções e relações sociais,
criam um campo fértil para as relações de poder que perpassam as fronteiras instrumentais e fiscais, a medida em que
desencadeiam novas políticas e novos planos. O estudo partiu da síntese sobre Poder Organizacional realizada por
Fleming & Spicer (2014), avançando para os autores por eles destacados em cada face de poder. A metodologia utilizada
para o estudo do caso é do tipo qualitativa e descritiva. Os dados foram coletados por meio de pesquisa documental, a
partir de vídeos das reuniões do Conselho Universitário, das Atas dessas reuniões, dos Relatórios de Gestão, dos
Relatórios de Prestação de Contas, das Notas Explicativas e Portarias. Também foi utilizada a observação não participante.
Os dados oriundos foram tratados e analisados através da técnica de Análise de Conteúdo de Saldaña (2009), com o
auxílio do Software de análise qualitativa MAXQDA. Os dados revelam, que a face da coerção materializa o exercício de
poder no processo orçamentário através da autoridade e pressão para forçar decisões orçamentárias. A face da
manipulação materializa o exercício de poder no processo orçamentário através de uma influência tendenciosa para
favorecimento de interesses em detrimento de outros. A face da dominação materializa o exercício de poder no processo
orçamentário através de um autoritarismo incorporado num controle significativo sobre a tomada de decisão, restringindo
a participação e a influência de outros. A face da subjetivação materializa o exercício de poder no processo orçamentário
através do conhecimento e das construções de discursos e ideologias, bem como à vigilância que moldam a forma que os
atores institucionais percebem e aceitam as decisões orçamentárias. Como considerações finais, em primeiro lugar, a
materialização do exercício de poder pela coerção é mais prevalente na existência de uma desigualdade significativa de
poder entre os atores e grupos institucionais envolvidos no processo orçamentário; em segundo lugar, que a materialização
do exercício de poder pela manipulação está associada algum tipo de influência política; em terceiro lugar, que a
materialização do exercício de poder pela dominação se dá pela inação dos atores e grupos institucionais que estão em
uma posição dominada; e por último, que a materialização do exercício de poder pela subjetivação se dá pela emoção e
utilização estratégica de identidades sociais e institucionais. Portanto, o orçamento funciona como um instrumento de
racionalidade política, atuando como um rearranjador de interesses

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